Coisas de Nina


Coisas de Nina

Como os humanos
Gatas e gatos não são todos iguais
Nina, menina, moleca
Curiosa e sapeca
Tudo cheira, arranha e explora.

Nina é gata menina,
Fêmea, excêntrica, manhosa...
Quando me olha, me enxerga.
Seu olhar penetrante
Sempre me atravessa.

Saudades e pensamentos que antecedem o fim...

Se eu for falar em verdade
A que pulsa mais forte no peito
Ela é mesmo a saudade
Esta sem falha e defeito

Saudade das tuas caricias
Dos beijos suaves e ardorosos
Das singelas tardes de delicias
Dos instantes infindos de gostosos
Das subitas e desavisadas malicias
Dos nossos fins de semana           maravilhosos...



Eu quero de volta a alegria e brilho sem iguais do seu sorriso...
A suavidade deliciosa dos seus beijos...
O conforto, afago e acalento do seu abraco...
Eu quero de volta a paz que de voce emana, a qual eu tanto preciso...
Para te ter ao meu lado de novo eu juro que tudo eu faco...
Retornar a brandura, candura a ternura e recompor com isso o nosso paraiso...
Eu quero de volta  com voce andar de maos dadas pelas ruas, shoppings e pracas...
Pela manha, pela noite e ate na madrugada ...
Ter presente, novamente Carla, minha namorada
A quem todo dia e a cada dia mais aumenta minha saudade...
Em que em mim se torna maior a verdade...
A verdade que é tao unica e absoluta...
E que em meu ser nada jamais transmuta...
A de que a Deus, a vida e a voce eu clamo...
Ao dia e a noite, ao Sol e a Lua, ao Ceu e a Terra eu brado que te quero, que te amo....

Mau egipcio

poema gato egipcio
Imagem: www.portalsincronicidade.com.br

Olhos tão felinos
quanto o andar sinuoso e elegante de um gato
Lábios feito labirintos
tão perigosos como uma noite no Antigo Egito.

Presença intensa e misteriosa
veio sem licença, sem pedido
arrebatando tudo ao meu redor,
confundindo meus sentidos.

Bastet, Anúbis, Osíris,
todos falharam em seu juramento
Pois mesmo com oferendas e promessas
Não diminuíram o meu sofrimento.

Tampouco dissiparam o tal encanto
O mesmo que incendiou meu corpo por todos os cantos
E então desde aquele pequeno momento fatídico eu sigo a vagar
Em busca dos teus profundos olhos castanhos a me desnudar.


(Carla França - Poema autoral - escrito em 06/07/2016)



Nem Dilma, Nem Aécio!


Debate político 2014
Passei toda as eleições de 2014 sem me pronunciar, entretanto, estou extremamente indignada. Não com o resultado das apurações para a presidência da República, mas com a imbecilidade da população. A impressão é que parecemos cães correndo atrás do próprio rabo. Quando acontece algo diferenciado que parece nortear mudanças como as paralizações do ano passado, as ações seguintes são dignas de deboche. Para piorar muitos eleitores resolvem voltar ao tempo das cavernas, com ações tipicamente xenofóbicas como se fosse resolver toda a situação.

No jornal da manhã foi claramente dito que a maioria de votos para a Dilma não foi só na região Nordeste, nos grandes centros urbanos como MG e RJ ela também alcançou maior porcentagem na disputa. Então porque que nas midias sociais tantas pessoas ficam com um discurso preconceituoso e opressor? Quem elegeu o Sudeste como modelo hegemônico do país? Quer culpar alguém por todo o cenário?
Para refletir...

Culpabiliza aquele que mata no trânsito, quem desvia dinheiro da educação, da saúde, da habitação, quem suborna os policiais quando é pego fazendo algo ilicito, o vizinho que varre o lixo pra sua calçada, aquele que espanca homossexuais, aquele que não dá lugar para o idoso no transporte público, aquele que fura a vila, qualquer fila porque se acha mais esperto do que aqueles que estão esperando corretamente em seus lugares, o bom filho que agrediu a professora porque ela pediu silêncio para dar aula, o boyzinho burguês que agrediu uma doméstica e tentou se justificar dizendo que achava que era um travesti, aos lideres religiosos que cultivam o ódio, a discórdia, o preconceito, o sujeito que estaciona na vaga reservada para idosos e pessoas com deficiência... enfim tá tudo errado!

Desde criança vejo os governos se alternando em PSDB e PT, como se fosse o bem contra o mal ou vice-versa quando sabemos que não existe solução pronta. Tudo, eu disse tudo precisa ser revisto, inclusive o nosso modo de ver e fazer a politica que não acontece só em Brasilia, mas nas relações do dia a dia. REFORMA POLITICA JÁ! Ufaaa ‪#‎prontofalei‬

Imagens extraidas:

Efeito Matrix: Realidade ou ficção?


efeito matrix
Na quinta feira passada acordei atrasada, rapidamente me arrumei e fui para o ponto de ônibus a caminho do trabalho ainda sonolenta. A frente do ponto há um mercadinho, de lá eu vi sair um homem que estava indo em direção a um carro com um bebê e pães. Imediatamente eu pensei "nossa, já vi essa cena antes" e em seguida vi uma moça loira descendo a rua para minha surpresa. O moço e a loira eu vejo com certa frequência, porém com a diferença de uns 10 minutos entre eles e era a primeira vez que eu os via simultaneamente. Admirada com a situação logo lembrei do filme Matrix onde há uma cena onde o Neo é informado que o famoso "Deja vu" é resultado das falhas na Matrix (realidade virtual). Não duvido da veracidade do ocorrido, porém, ao lembrar da famosa cena e da reflexão que o filme proproe fui tomada por uma inquetação imensa pelo seguinte questionamento (relembrando a dúvida metódica de Descartes): Será que realmente existe uma realidade paralela a nossa?

No filme o ser humano buscou a alta tecnologia exaustivamente até alcançar um grau inimaginável: a Inteligência Artificial. Transcorrido o tempo, o criador torna-se refém da criatura, há a total inversão dos papéis e o homem é reduzido a uma simples fonte de energia. A máquina ganha o controle, o humano torna-se um mero espectador de um cenário maior, puramente mecanicista. O inesperado, lugar fértil para as ricas incertezas da vida, deixa de existir. A criticidade abre espaço para a alienação em massa e no mundo dos homens tudo passa a ser calculado, esperado, previsível, assim como nós inocentimente idealizamos.

despreocupadaSerá que existe alguma analogia com o tramite da humanidade? Quando ligamos no "automático" e temos uma rotina a espera por algo estático, constante, repleta de conformismo não soa como alienação? Será que meu questionamento foi trazido pela vaga sensação de previsibilidade que surgiu naquele momento sonolento? Bom, o ônibus que eu estava esperando não passou no horário (não completando a sequencia do deja vu), então, tive que mudar meu trajeto e enquanto eu caminhava para o outro ponto suspirei ironicamente dando fim àquela reflexão tão densa: "Ufa... ainda bem que tudo foi só um devaneio... na minha realidade o ônibus atrasa".

Violência e Caos: The Joker

Joker e Batman
Why so serious?

Todos os dias somos bombardiados por notícias sobre todo tipo de violência por todos os meios de comunicação e embora eu não assista mídias sensacionalistas, as vezes fico extremamente chocada com algumas delas. Geralmente o incomodo vem, fica por uns dias depois passa até ver uma próxima manchete. Uma vez meu pai me viu imensamente triste e lembrou uma passagem de São Francisco de Assis que diz " Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra". Na época eu era mais nova e não aceitei muito o conselho, pois soou como conformismo de fonte religiosa. Alguns anos se passaram e hoje posso apreciar melhor estas palavras com um pequeno desconforto em alguns momentos.

Olhe nos meus olhos sou ser humano
De acordo com  o dicionário Aurélio o termo violência significa: Qualidade ou caráter de violento. / Ação violenta: cometer violências. / Ato ou efeito de violentar. / Opressão, tirania: regime de violência. / Direito Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém. Quando cito este termo não estou me referindo somente aos homicídios, latrocínios diarios, mas, a algo mais amplo que gera em larga escala uma série de situações de opressão, constrangimentos e tirania. Pois não podemos nos esquecer das mais diversas situações de violência que convivemos no nosso cotidiano: ter um péssimo sistema de transporte público onde milhares de pessoas todo os dias se acotovelam e ficam espremidas no metrô da nossa cidade, ter que sair apressadamente depois da aula porque no ponto de ônibus tem assaltos frequentes, não poder contar com um sistema de saúde de qualidade, ver o aumento desenfreado de moradores de rua, mensalões, sequestros, jovens ostentando o luxo e a vida criminosa,  professores sendo ameaçados ou agredidos por alunos entre outros.

Refleti muito sobre isso e o personagem "Coringa" do filme "O cavaleiro das Trevas" interpretado brilhantemente por Health Ledger surgiu como a personificação perfeita da violência e do caos. Não quero aqui analisar o personagem, mas me utilizar de todos os sentimentos mobilizados diante das barbaries realizadas pelo criminoso, pois é essa sensação de horror que convivemos diariamente. Não podemos nos esquecer que tanto no filme quanto na vida real a violência é o resultado de um ciclo caótico mantido por um Estado enfraquecido,  para não citá-lo como ausente. 
O personagem Coringa retrata a crueldade, perversidade, psicopatia sempre com um sorriso sádico e aterrorizador na face, em resumo o lado mais doentio do ser humano. Durante o filme ele traz a seguinte fala:  “A loucura é a saída de emergência”. As vezes chego a pensar que somos comprimidos, compelidos o tempo todo a este estado de emergência e buscando manter o mínimo de saúde mental necessário eu retorno para a sábia frase de São Francisco de Assis, pois, os tempos são outros mas a humanidade ainda tem muito o que aprender.
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Filhos: o reflexo de uma continuidade

                     Como deve ser olhar para alguém e se ver idêntico a outra pessoa? 
          Foi esta pergunta que me veio a mente quando eu vi o filhinho de um amigo que havia encontrado uma velha foto do pai quando pequeno e jurava que era ele mesmo.
       Desde pequena pensava que deveria ser um barato ter um irmão gêmeo, eu achava muito legal poder ver alguém a sua semelhança todos os dias e poder ter companhia 24horas. Quando eu tinha uns 13 anos os cientistas ingleses fizeram a clonagem da ovelha Dolly, não se falava em outra coisa e eu pensava "... melhor do que ter irmão gêmeo é ter um clone!" Até a novidade científica virar tema de novela e por meio da dramaturgia eu ter percebido que um clone não seria "você" duplicado, mas sim um outro com desejos, vontades, medos totalmente diferentes e aí eu tive que me contentar com a minha "singularidade".
          O tempo passou e hoje observando os filhos de pessoas próximas fiquei maravilhada com o sentido que a maternidade/paternidade traz ao ser humano.  Além do clássico conceito de ter alguém que vai "levar o nome da família adiante", um bebê proporciona algo único para os avós e para os pais: atualização simbólica e concreta. 
Gabriela Duarte
Regina, Gabriela Duarte e a neta Manuela
      O DNA não é a única coisa transmitida hereditariamente, em muitos casos crianças que não conheceram o pai ou o conheceram apenas por um curto espaço de tempo, por exemplo, tem trejeitos idênticos. As semelhanças físicas também são curiosas, as crianças possuem traços dos genitores e esta característica possivelmente surgiu para que houvesse facil identificação entre os demais bebês do "bando", pois este seria um igual, facilitando o processo de empatia e zelo.
      Sublime deve ser observar algo teu em outra pessoa, um gesto, a fala, o contorno dos olhos, o jeito de andar. Em um primeiro momento é quase uma miniatura sua e com o passar do tempo toma formas diferentes, gostos, receios e escolhas próprias.
        Uma vez ouvi uma mãe dizendo que um filho é a maior obra divina existente e percebendo a magnitude disso é impossível não ver que nela (obra divina) há uma parcela genuína e outra adquirida por meio das relações estabelecidas com o ambiente que a cerca.  Certamente o avô vê sua continuidade no filho e especialmente no neto. Ao olhar este novo membro da família a sua infância também é revivida e com ela todas as passagens. O ciclo da vida fica evidente e a noção de finitude também o cerceia: começo e fim convivendo ao mesmo tempo, unidos pelas belas surpresas do universo.


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